Bem, depois de uma longa ausência, aqui vai o ultimo capitulo da 1ª temporada de Soul Bonds.
Espero que gostem e comentem
Capítulo IX - Inimigos Ocultos (Numa noite fria de nevoeiro, o misterioso contador de histórias acomoda-se nos bancos de granito da praça de pedra de Krakal. Tinha-se ausentado durante uns tempos e os jovens correm para ir ter com ele à medida que a notícia do seu regresso se espalha. Ao ver as caras de felicidade e de curiosidade dos jovens para ouvir a suas histórias, Cronus não desperdiça mais tempo e começa a narrar.)
Aos primeiros raios de sol o galo canta. Alec acorda com o som e levanta-se rapidamente. “Heheh, finalmente chegou o dia em que saem os resultados!”
Já se passara um mês desde o torneio. O espírito maléfico que tinha possuído Gin fora selado. Max foi declarado vencedor do torneio, apesar dos seus protestos, mas como Tora estava no hospital não havia maneira de continuar o combate.
Alec corria agora para a escola. Queria ser o primeiro a verificar os resultados para saber se tinha conseguido o seu objectivo de ficar na mesma equipa que o Tora. Ele andava preocupado, pois não sabia nada do Tora desde que ele fora levado para o hospital, depois da luta contra o behemoth. Ele tinha tentado várias vezes falar com ele, mas no hospital apenas lhe diziam que não podia receber visitas e a casa dele encontrava-se sempre vazia.
Ao chegar à entrada da escola, o seu caminho é bloqueado por um grupo de raparigas que o olham com um olhar cheio de ódio e antes de ele sequer chegar a abrir a boca, uma das raparigas faz uma fusão com o seu espírito. O espírito da rapariga era um Doberman que emanava uma aura negra das patas. Seguido da fusão ela faz uma pequena esfera de energia negra e atira-a contra a barriga de Alec.
Alec conseguir evitar a esfera apenas por alguns milímetros e quando se ia preparar para contra-atacar, é impedido por uma espécie de projéctil que atinge o chão entre ele e a rapariga, fazendo um buraco. Sem se preocupar sobre a origem do projéctil ele pergunta:
- Mas o que é que eu te fiz para me atacares?!?!?!? – pergunta Alec surpreso e irritado.
A rapariga não lhe responde e em vez disso olha na direcção de onde tinha vindo o projéctil. Dessa mesma direcção veio a resposta à pergunta de Alec.
- Ela atacou-te por minha causa. Ela não quer que tu estejas na minha equipa.
Alec ao ouvir a resposta olha para o lado e encontra o seu companheiro de equipa. Mas ao contrário do que ele queria, não era Tora que se encontrava lá, mas sim Lienna.
A rapariga que tinha atacado Alec começa então a falar:
- Lienna porque é que me impediste de continuar a atacar? Não me digas que queres mesmo fazer equipa com este...este… macaco!
Lienna baixa-se e apanha uma pequena pedra e diz:
- A decisão dos Anciões é final por isso agradecia que não continuassem com isto.
A rapariga que tinha atacado volta a olhar para Alec, que agora estava de joelhos não querendo acreditar na notícia que tinha acabado de receber. A rapariga, zangada não só por Lienna ir fazer equipa com ele mas também pelo facto de ele estar tão triste com isso, prepara-se para atacar mais uma vez Alec.
Num movimento rápido, Lienna atira a pedra que tinha apanhado. A pedra passa a centímetros do pescoço da rapariga e apesar aparentemente não ter tocado no pescoço um pequeno corte aparece no pescoço branco da rapariga.
Lienna fala mais uma vez:
- Quanto tempo vais ficar assim? Anda de uma vez que ainda temos uma coisa para fazer.
Alec ainda triste e chocado com o facto de ir fazer equipa com Lienna levanta-se e vai na direcção dela a andar como se fosse um zombie.
Depois de se afastarem da escola e do grupo de raparigas, Alec continuava na mesma e Lienna pára de repente e sem olhar para ele diz:
- Sabes, este ano eles vão começar a fazer equipas de 3 membros devido à expansão do Império de Osyria. Eles já têm uma missão para nós, por isso encarregaram-me de ir buscar os outros dois membros da minha equipa e aqui é a casa do terceiro membro.
Alec, que ainda estava deprimido ao ouvir as palavras de Lienna, nem repara aonde se encontravam. Ele acorda do seu transe e repara que estão mesmo à entrada da casa de Tora. Nesse momento é como se tudo o que tivesse acontecido no ultimo mês não fosse importante. Sim, ele teria de aturar a Lienna, mas tinha conseguido o seu objectivo de ficar na mesma equipa que o Tora.
Lienna bateu à porta da casa do Tora mas, tal como Alec já esperava, não houve resposta. Lienna suspira e uma neblina sai do seu corpo e lentamente toma a forma de um falcão.
- Encontra-o – ordena Lienna. Ao ouvir a ordem, o falcão sobe e desaparece no céu. Passado uns minutos, Alec pergunta:
- Achas que ele vai conseguir encontrá-lo?
Lienna põe uma cara zangada ao ouvir a pergunta e imediatamente estica o braço direito, onde o espírito dela aterra.
- Não faças perguntas parvas e segue-me.
Eles seguiram o espírito de Lienna. Avançaram para as traseiras da casa de Tora e seguiram um trilho que lá se encontrava, até chegarem a uma pequena floresta onde começaram a ouvir barulhos que pareciam ser de pessoas a combater.
Depois de andarem uns 50 metros depararam-se com uma enorme árvore onde começaram a ouvir vozes vindas do outro lado do tronco. Antes que conseguissem ver o que estava do outro lado, um jacto de água embate no tronco. Quando o fluxo de água pára, um vulto cai no chão. Ao aproximarem-se, o vulto que tinha sido projectado contra o tronco levanta-se. Era o Tora. Apesar do cansaço e da dificuldade em respirar, ele começa a andar na direcção de onde tinha sido disparado o fluxo de água, mas depois de dar 2 passos cai de joelhos.
Alec imediatamente corre até Tora, seguido de Lienna, que avança calmamente. Tora fica surpreendido ao ver Alec e Lienna, mas antes de ter tempo de dizer alguma coisa, ouve-se alguém a aproximar-se.
Era o pai dele, que estava a fazer uma fusão avançada com o espírito de um urso. Este, ao ver que Alec e Lienna estavam presentes, desfaz a fusão e avança até ao pé do Tora e levanta-o.
- Alec! Lienna! Já não nos víamos há muito tempo! Mas este não é o local apropriado para conversar. Importam-se de vir à nossa casa?
Ambos seguiram Tora e o seu pai até sua casa. Sentaram-se na sala, que era a maior divisão da casa. Tora ia perguntar o que eles estavam ali a fazer quando Alec diz quase a chorar:
- Mano, onde é que estiveste durante este mês? Eu não te conseguia encontrar por isso estava preocupado. Eles nem sequer me diziam nada no Hospital. – Alec aproxima-se de Tora e faz uns olhos de cão abandonado. – Podias ter dito alguma coisa.
Antes de Tora ter tempo de responder o seu pai começa a falar.
- A culpa foi minha Alec, depois dele sair do hospital ele pediu para eu o treinar e durante os últimos 15 dias foi o que tivemos a fazer. Mal temos passado tempo em casa. – disse Jake enquanto olha para Tora, que parecia estar quase a adormecer - Já agora, se não te importas, podes levar o Tora para o quarto? Ele já não dorme numa cama desde que começámos a treinar, por isso não tem descansado bem.
Ao ouvir o pedido de Jake, Alec ajuda Tora a ir para o seu quarto. Depois de saírem da sala, Lienna ia começar a falar, mas Jake antecipa-se e pergunta num tom mais sério:
- Suponho que se estão aqui é porque já receberam a vossa primeira missão… Para onde vão?
- A missão começa na cidade de Roswen e termina em Alcina.
- E quando partem?
- Partimos dentro de 2 dias.
- Fica então a 2 dias de viagem da fronteira com Osyria e depois sempre a afastar-se – diz Jake suspirando de alívio – Então em princípio não deverá haver nenhum problema, mas… – antes de Jake terminar a frase, Alec volta a entrar na sala e ele muda de assunto – Vocês os dois estão felizes com a vossa equipa?
Lienna fez uma cara de indiferença enquanto que Alec olha para ela e solta um suspiro triste. Jake começa a rir-se.
Entretanto, num local muito distante de Krakal, nas profundezas de um castelo sombrio, num salão com um trono rodeado por véus negros. Perto da abertura dos véus encontrava-se um homem de meia idade, de cabelos cinzentos, vestido com roupas pretas e com protecções metálicas que lhe cobriam várias partes do corpo, como o peito, as costas e os principais músculos dos braços e das pernas. Dois soldados vestidos com armaduras de metal, mais afastados, faziam uma vénia ao trono. Podiam-se ver vultos encapuçados que observavam a cena por entre os pilares de pedra do salão. Um vulto coberto pelos véus faz sinal para eles falarem.
- Vossa Majestade, o cerco à cidade de Roswen teve de ser interrompido. Não conseguimos manter as tropas no local devido à falta de mantimentos. Mas se me der mais mantimentos e homens eu sei que consigo conquistar a cidade.
O homem que estava perto dos véus faz uma cara assustada e olha lentamente para o trono e diz:
- Capitão… - mas antes de conseguir completar a sua frase, surge um braço gigante feito de fogo vindo de dentro dos véus, que agarra o soldado e esmaga-o contra a parede.
O outro soldado aterrorizado tenta fugir, mas devido à cena que tinha testemunhado as pernas começam a falhar e, pouco depois, começa a sentir dores horríveis. O resto das pessoas que estavam dentro do salão observam estupefactos e simultaneamente assustados. Não sabiam o que estava a acontecer, mas já tinham visto aquilo antes e as pessoas que sofreram o mesmo destino mudavam radicalmente de personalidade. Porém, aos olhos do homem que estava entre eles e o trono, a historia era diferente. Ele via uma criatura muito maior que um ser humano a entrar lentamente dentro do corpo do soldado e quando ela acabou de entrar, o silêncio voltou ao salão.
O soldado levanta-se, faz uma vénia ao trono e sorri confiantemente, dizendo:
- Não se preocupe, mestre. Eu não serei como o Behemoth nem como o ex-capitão... eu não irei falhar!
(O contador de histórias termina a sua história, prometendo os seus ouvintes que na sua próxima visita lhes falará das aventuras de Tora e da sua equipa fora da vila de Krakal., antes de desaparecer no nevoeiro.)