E passado uma eternidade, SU regressa. Desculpem a demora.
Capítulo 2 – Pelos Reinos em Missão
Começava já a anoitecer quando Gadriel chegou ao castelo do Reino da Luz. Apresentando-se mais uma vez perante o rei, Gadriel encontrava-se no entanto agora acompanhado, à sua esquerda, por Odraude, que segurava fortemente o guerreiro do Reino das Trevas que os havia atacado antes, e, à sua direita, por Ez, com a respectiva espada desse guerreiro. É Gadriel, num tom bastante sério, quem primeiro se dirige ao rei.
- Já sabia que estavas a esconder algo mas nunca pensei que fosse isto.
O rei mostra-se duvidoso. Nisto, por detrás do trono surge uma rapariga, a mesma que tinha chocado com Gadriel à entrada do castelo. Ela dirige-se a eles, dizendo:
- Não vale a pena continuar a escondê-lo. Contar-vos-ei a verdade.
A rapariga, que se encontrava envolta num pesado manto, descobre a cara, deixando ver as suas feições.
- Arien… - chama Gadriel, surpreendido. Ez pergunta-lhe se ele a conhece.
- Sim, estudámos na mesma escola durante algum tempo… - responde Gadriel, alternando o olhar entre Arien e o rei.
Arien, uma antiga colega de Gadriel, que nasceu no Reino do Ar, é, segundo os rumores, a sucessora de uma das duas famílias que dominam aquele reino. No entanto, aquando da morte em batalha dos seus pais, ela ter-se-á visto obrigada a mudar-se para o leste do Reino da Luz.
Arien recomeça a falar:
- Quando a zona psíquica foi atacada, o homem que liderou esse ataque foi reconhecido…
- Arkelius… - murmura Gadriel. Olhando para ele, Odraude pergunta-lhe:
- Quem é ele?
- Um antigo colega meu. – Responde Gadriel sério.
Quebrando o seu silêncio, o Rei da Luz dirige-se a eles, explicando:
- Gadriel e Arkelius foram os melhores guerreiros que este reino alguma vez teve. Quando eles trabalhavam juntos, eram capazes de cumprir qualquer missão…
- … até que um dia, durante uma missão, ele perdeu-se numas ruínas e desapareceu. – acrescenta Gadriel, tirando as palavras da boca ao Rei.
- Nunca mais se ouviu falar dele até agora. – Conclui o rei, terminando o seu raciocínio.
É Arien quem continua:
- Mas há mais. Foram vistos a liderar o exército do reino das trevas, dois outros seres poderosos, cujas identidades foram reveladas recentemente.
Gadriel olha interessado para Arien.
- Um deles dá pelo nome de M. Knight, um rápido espadachim e um forte aliado de Arkelius.
Gadriel interrompe:
- Esse é novo, nunca ouvi falar dele.
- O outro é uma mulher misteriosa que dá pelo nome de Ivy Ox. De alguma maneira, ela conseguiu reunir um enorme número de monstros e é neste momento a líder deles. – Conclui Arien.
- Outra desconhecida…
Gera-se um momento de silêncio; Gadriel olha para Odraude e Ez, até que por fim, este diz:
- Vamos precisar de armas.
O Rei, antecipando as necessidades da missão dos seus súbditos, diz:
- Já mandei preparar a sala de armas. Podem ir lá e escolher qualquer arma que achem necessária. E pelo caminho, deixem esse bandido na prisão do castelo.
- Vou já tratar disso. – Responde Gadriel com determinação.
Gadriel, Ez e Odraude começam então a dirigir-se à prisão do castelo, mas cedo se apercebem que Arien os segue.
- Esperem um pouco, vou com vocês.
Lá fora, a noite já ia longa. Depois da passagem pela prisão, o grupo dirige-se finalmente à sala de armas do castelo. Ao entrarem, deparam-se com um vasto arsenal de armas e armaduras pendurados nas paredes. Ez repara numa katana dourada que se destaca das outras e corre em direcção a ela:
- Esta é minha! – exclama, agarrando a espada. – A lendária espada dourada, Gold, trazida das terras do leste!
- Que vais fazer com uma espada dessas? – pergunta Arien.
Ez ri-se.
- Não é óbvio? Vou vendê-la quando acabar esta missão e ficar rico!
Todos olham para ele silenciosamente. De seguida, fingindo que aquele momento nunca aconteceu, Odraude vira-se para Gadriel, perguntando-lhe:
- O que há aqui para mim?
- Eu acho que deves usar uma espada grande e talvez alguma protecção… - aconselha Gadriel.
- Hum… certo… - Odraude fica a olhar pensativo para a variada escolha que possui e enquanto isso Arien chama a atenção a Gadriel.
- Gadriel, qual destes bastões é o da Luz?
Gadriel percorre as paredes com os olhos e repara num bastão, que retira de imediato do suporte e coloca nas mãos de Arien.
- Obriga… - Arien é interrompida por um barulho violento e os todos os olhos se concentram no mesmo sítio. Vêem Odraude, que estando tão carregado de armaduras, tinha caído no chão com o peso e não se conseguia mexer.
- Dêem aí uma ajudinha… - ouve-se a uma voz ténue.
Arien e Ez ajudam Odraude a tirar algumas armaduras de cima dele, enquanto Gadriel pega facilmente numa espada grande de cor acinzentada e a entrega a Odraude.
- Penso que isto chega para ti, a espada Titanium.
Odraude levanta-se e pega na espada. Gadriel olha para todos e conclui:
- Acho que estamos preparados.
Olhando para as mãos vazias de Gadriel, Arien pergunta:
- Não levas nenhuma arma contigo?
- Não preciso.
Nisto aparece um servente de alguma idade, que muito educadamente, afirma:
- O jantar está servido.
Ez e Odraude saem disparados à sala de jantar, mas Gadriel, num gesto cavalheiresco, deixa Arien passar à sua frente, antes de sair.
No salão de jantar, Gadriel, Ez, Odraude e Arien estão sentados à mesa. Após ordenar que o servente se retirasse, o Rei retoma o assunto:
- Agora que conhecemos o inimigo, preciso de vos falar mais sobre a missão. A fim de iniciar um ataque surpresa, é de crucial importância reunir as chaves dos reinos.
- Chaves dos Reinos? – pergunta Gadriel perplexo. – O que é isso?
- Nem tu as deves conhecer, já que foram ocultadas de todos, excepto das famílias reais.
- As Chaves dos Reinos atribuem um poder incrível aos seus utilizadores… - Continua Arien. - …mas também podem causar a libertação de uns espíritos poderosos. Ninguém, excepto os herdeiros da família da Luz e da Escuridão conhece a sua localização.
- Gadriel, já alguma vez foste à Zona Morta? – pergunta o Rei.
- Lembro-me de ter lá passado uma vez mas a densidade espiritual naquele reino era tão forte que não consegui avançar mais para dentro do reino… - Gadriel pára por uns segundos, até se aperceber. – É isso! É aí que os espíritos estão.
- Porque dizes isso? – Pergunta Arien.
- Aquela densidade espiritual tem de vir de algum lado, provavelmente do centro da Zona, e é necessária uma grande fonte de energia para produzir tanto poder.
O Rei retoma a palavra:
- De facto, Gadriel tem razão. É lá que os espíritos estão e eles podem vir a ser de grande uso contra as forças do Reino das Trevas. Para os libertar, é precisa a energia de pelo menos sete Chaves.
- Existe uma chave por reino, certo? – Adivinha Gadriel.
- Não há nem chave da luz, nem da escuridão, mas existem chaves nas zonas também. Tomem o percurso que acharem melhor mas tentem reunir o máximo de chaves possíveis. Se alguma delas cair nas mãos erradas pode ser fatal para nós… sejam discretos e não revelem a existência das chaves a ninguém.
Segue-se um momento de silêncio, apenas para ser interrompido por um sonoro arroto. Seguido de outro. E mais outro. Virando-se para os culpados, Arien exclama irritada:
- Parem com isso!
Ez cruza os braços, e responde num tom superior:
- Que rude, interrompeste o nosso concurso de arrotos.
- Isso não se faz, devias ter mais modos… - completa Odraude, igualmente superior.
- Vocês é que são os mal-educados!
Ez, Odraude e Arien começam a gritar, enquanto Gadriel se ri. O Rei da Luz suspira em desaprovação e continua a sua refeição.
Enquanto isto, num lugar florestado e escuro, um jovem rapaz corre velozmente. De repente, aparece um guerreiro à sua frente, de cara escondida por um elmo, obrigando-o a parar. Num gesto tão rápido que mais parece que nem lhe chega a tocar, o rapaz é ferido pela arma do guerreiro, caindo ao chão. Uma mulher de cabelo verde-escuro aparece por trás, trazendo à força uma jovem rapariga.
- Knight, apanha o rapaz!
M. Knight obedece e vê-se um vulto a aproximar-se deles. Os jovens ficam assustados ao ver aquela figura de cabelo longo e escuro, enquanto M. Knight e Ivy Ox se curvam ligeiramente em respeito.
- Mestre! – diz Ivy.
Arkelius fala directamente para os dois jovens:
- Herdeiros da Zona Psíquica, qual de vocês me vai dizer a localização das chaves?
- Não te diremos nada! – exclama corajosamente o herdeiro.
- Ivy…
Ivy Ox começa a apertar o pescoço da rapariga, que começa a sufocar.
- Deixem-na ir! – Grita o rapaz. E rangendo os dentes, acrescenta:
- Eu falo.
Já de manhã e à entrada do castelo, Arien, Ez, Gadriel e Odraude estavam prontos para começar a sua missão. O Rei, também ali, a fim de se despedir deles, diz:
- O nome que o vosso grupo vai ter é “Escolhidos”. Usem-no com precaução.
Odraude olha para o Rei, surpreendido:
- Elá… Temos nome e tudo!
- Desejo-vos boa sorte. O caminho será árduo por isso tenham cuidado.
- Obrigada, vossa excelência. – diz Arien.
- Iremos ter cuidado. – finaliza Gadriel.
O grupo parte, que aventuras os esperarão?
Viagem de Arien:
A equipa fica á espera de comentários ^^'