Cantinho da Tsuki ^^

OKIII obrigado por tudo pessoal! \o/

Deixo aqui mais uma história minha =D

Um Salpico de Tinta e o Fim do Mundo

A mota avariara-se e tudo o que avistava era uma casa velha e degradada, parecia-me inabitada mas resolvi tentar a minha sorte.
Bati á porta na esperança que alguém a abrisse, ouvi passos na direcção da porta, passos leves, gentis, demorados.
-Quem é? – Pergunta uma voz masculina.
-Boa tarde. O meu nome é Alice, a minha moto avariou-se, poderia ajudar-me? – Pergunto.
A porta abre-se, o rapaz do outro lado era jovem, provavelmente da minha idade ou um pouco mais velho. Tinha cabelos castanhos escuros pelos ombros, não se podia dizer que tinha cara de um jovem rapaz pois as suas expressões carregadas davam-lhe um ar mais velho mas não deixava de ser um rapaz jovem, acho até poder afirmar ser um rapaz elegante e bonito. Tinha uns olhos castanhos mas tingidos de outros tons o que os tornava bonitos e não vulgares, era alto e magro e trazia vestida uma t-shirt branca e bermudas cremes sujas de salpicos de tinta.
-Vai entrar ou simplesmente prefere ficar aí especada? – Pergunta virando-me as costas.
-Peço desculpa. É verdade como tinha dito que se chamava? – Pergunto mesmo sabendo que ele não se tinha apresentado.
-Não disse o meu nome, e sinceramente…não necessita de o saber. Quer um chá? – Pergunta sem expressão na cara.
-Oh, sim agradecia. – Disse não ligando á diferença entre rude e amável na sua fala.
Olhei para a sala que ele me tinha dito para me dirigir, era uma sala espaçosa que, de mobília só continha uma mesa, mas, estava cheia de belas telas.
A minha visão concentrou-se numa em especial, uma jovem menina japonesa com uma bela vestimenta tradicional japonesa, sobre uma curta ponte que atravessava um pequeno lago, sozinha, atrás dela viam-se árvores e algum tipo de festival mas este encontrava-se totalmente desprovido de vida humana. Mas ali estava a menina que aparentava ter 8 anos, a sua pele era como porcelana, sem nenhuma impureza, e branca como as paredes de cal, os seus belos olhos acinzentados eram sobressaídos pelos seus negros cabelos e belo seu obi com adornos prateados. Estava um pôr-do-sol no céu, já se conseguia ver a lua, os olhos da menina eram vazios e demonstravam o grande fardo que ela suportava.
-Uhm…Gostas? – Pergunta o rapaz a ver-me admirar o quadro.
-Adoro, é tão bonito e está tão bem estruturado, consegues estabelecer um equilíbrio entre a beleza e a tristeza admirável. – Digo cm emoção na voz dando a seguir um golo no chá de menta que se encontrava delicioso.
-Bem, parece que percebes bastante de arte. Fazes-me um favor? Podes dizer-me o que este quadro significa para ti? – Pede-me olhando atentamente para mim sem ainda ter tocado no chá.
-Este quadro, para mim, mostra-me esta bela menina que parece ter um grande fardo nas suas costas, vive como se perdida no tempo, como se visse as pessoas a viver a vida e ela não pudesse juntar-se a eles. A mim parece-me que ela tem o mundo nas mãos e nada pudesse fazer senão tomar conta dele. – Digo isto esperando ouvi-lo a rir-se da minha observação.
-Sim, esse é um bom ponto de vista, e, era aí que queria chegar…
Achas que as outras pessoas chegam a essa conclusão? – Pergunta de olhos arregalados quase em cima de mim.
-Ora aí está, vou-lhe falar sinceramente, acho que não, acho que a maioria e vulgar das pessoas ao olhar para este quadro só vêem uma linda rapariga japonesa perdida e sozinha. – Digo eu já falando mais abertamente.
-Então tu vês outra coisa naquele quadro o que significa que és, de certo modo, diferente, correcto? – Pergunta mostrando interesse na conversa.
-Pois visto assim, penso que sim. – Respondo embaraçada enquanto olho para todos os outros quadros.
Todos os quadros eram lindíssimos, e tenho a certeza que, se observassem os quadros minuciosamente com uma lupa, não encontrariam um salpico de tinta em nenhum deles.
-Como é capaz de pintar tão belos quadros sem errares uma única vez? – Pergunto virando-me de volta a ele, reparando que, todo o tempo que estivera a passear observando os quadros, ele estivera a observar-me.
-Aprendi com o tempo que só temos uma oportunidade na vida de fazer algo. Da pior maneira, descobri, que um salpico de tinta, para mim, é o fim do mundo.
Meteu-me graça a ideia, mas os olhos dele estavam repletos de cólera e tristeza pelo que mantive uma expressão serena.
O seu olhar mostrava a seriedade com que lidava com aquele assunto, e eu pensei se ele realmente acreditava em tal coisa, aí percebi porquê todos os seus quadros continham o sentimento de um enorme, e difícil de aguentar, fardo. Talvez, por detrás dos seus brilhantes olhos e no entanto vazios, estivesse escondido o doloroso sentimento de tristeza, e talvez, cicatrizes do fero passado.
-É verdade, se pretendes chamar um táxi temo que não te possa ajudar, não tenho nenhum meio de comunicação. – Diz olhando para a superfície lisa da mesa de madeira.
-Então, sabe onde fica a população mais próxima? – Pergunto acabando o meu chá.
-A uns 10km. Peço-te que me trates por tu, não passo de um pobre pintor. – Pede-me
-Posso fazer uma pergunta? – Pergunto sabendo que estava a ser intrometida.
-Claro, estás a vontade de perguntar o que desejares. Depois, cabe-me a mim saber se respondo ou não. – Diz voltando a olhar para mim.
-Sei que não é da minha conta, mas, se te dizes pobre, porquê não vendes os teus belíssimos quadros? – Pergunto passando os olhos por todos os quadros presentes naquela sala.
-Eu vendo alguns quadros, aqueles que rendem o suficiente para a minha sobrevivência e aqueles de que me consigo libertar. Pois para mim, os quadros são a minha família. – Diz olhando para um quadro em especial.
Olhei para esse mesmo quadro, nele, estava caracterizada uma menina dos seus 5 anos de idade, com um olhar assustado e com a mão estendida como se a suplicar por ajuda, o fundo atrás dela era desfocado mas em tons de vermelho, pelo que não conseguia ver o que se passava, o quadro era assustador, mas magnifico, parecia quase real.
O quadro encheu-me de profunda tristeza, não sei porquê mas apetecia-me chorar, aquela menina parecia-me irremediavelmente perdida…
O pintor olhou para mim e apercebendo-se da minha profunda tristeza perguntou:
-Queres que te leve até a vila?
-Agradecia. – Respondi num murmúrio.
Dirigimo-nos até a um jipe velho e sujo mas que, apesar disso, parecia estar em bom estado. Sentei-me ao lado do pintor e, pela janela, fiquei a contemplar a lua.
-Gostas da lua? – Pergunta o pintor interrompendo os meus pensamentos.
-Sim, é a ela que peço forças quando nada mais me resta. – Digo sorrindo levemente.
-A derradeira obra de arte… - Murmura, a sua boca fechou-se mas os seus olhos davam a entender que existia algo que ele necessitava de contar.
-Queres perguntar algo? Podes dizer. – Proponho-lhe sorrindo.
-Como sobes-te? Sim é algo que sinto necessidade de contar, mas como estou sozinho não tenho a quem contar… - Diz continuando com os olhos postos na estrada.
-Então…Podes contar-me…Tudo o que me disseres ficará em segredo… - Prometi-lhe.
Então ele encostou o carro e começou:
-Era uma vez…

Aqui deixo, escrita por mim, a triste história de um pintor:

“Era uma vez um menino que vivia feliz mais a sua família, os dois pais, a irmã e o gato. A paixão desse menino era pintar, todos diziam que ele era um prodígio.
Um dia, ao pintar um quadro, o menino deixou cair um salpico sobre a tela, no dia a seguir o seu gato tinha morrido, a sua irmã mais nova ficara desgostosa, e passava os dias a chorar, então o menino, que nada podia fazer para aliviar a dor da irmã, decidiu deixar uma recordação para ela. Ao pintar o quadro do gato para oferecer á sua irmã o seu pincel derramou um pingo minúsculo de tinta branca sobre o céu azul, era algo insignificante que não se notava, mas tudo tem as suas consequências e durante a noite desse dia a sua mãe morreu. Todos choraram a sua morte e ninguém, nem mesmo os médicos compreendiam a causa desta.
Com o tempo tudo sara, e também com o tempo a dor da perda da morte da mãe atenuou, menos para o pai do menino que, passado um mês, passado no efeito de drogas e álcool, se suicidou sem sequer pensar no futuro dos seus filhos. Estes ficaram sozinhos, um com o outro, o menino por entre lágrimas prometeu, para sempre, proteger a sua irmã e nunca mais pintar.
Passados uns anos os irmãos cresceram saudáveis e um dia, quando estavam a passear, a menina viu uma linda flor e, sem esquecer a aptidão do irmão para o desenho, pediu-lhe para a desenhar. Este, esquecendo-se da sua promessa, pegou num papel e numa caneta e começou a desenhar a flor, enquanto a desenhava foi atingido por uma bola e o belo desenho tinha sido arruinado por um risco, ele pediu desculpa e ela disse-lhe que não importava a culpa não era dele.
Nessa noite, estavam os dois a dormir, e ouvem-se gritos, ambos acordam sobressaltados, um fogo deflagrara pela casa e já tinha chegado ao quarto. A sua irmã já quase se encontrava presa pelas chamas quando ele correu para a salvar, quando quase lhe agarrava a mão, algo o puxou com muita força.
Ele nunca perdoara o bombeiro que o tinha salvo, a última imagem que teria da sua irmã seria, para sempre, dela feita prisioneira pelas chamas esticando-lhe a mão com uma expressão de medo na cara.
O menino cresceu e tornou-se num pobre mas muito talentoso pintor, que descobriu que um salpico de tinta lhe pode custar muito. Todos os dias esse pintor torna-se no menino que outrora fora e aproxima-se do retrato da irmã, dá-lhe a mão e a chorar pede-lhe desculpa…”


Oki aí está ^^ espero por criticas ^^ detesto escolher nomes para as personagens era pa ser hikari mas decidi que tem de ser pt por isso pus um nome que eu gosto (dos muito poucos)
Desculpem se tiver erros >.<