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 Crônicas "de pensar"

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Masculino Virgem Macaco
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MensagemAssunto: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSex Out 29, 2010 3:41 pm

Spoiler:

O fim está próximo


São doze horas da tarde e o sol brilhava forte no céu. Nas ruas as pessoas se abanavam com o que tinham em mãos e, os que podiam, bebiricavam de suas garrafas de água mineral. Nos ônibus e também nos carros, tudo o que servia como janela estava aberto, na esperança de acolher algum vento que concordasse em amenizar o calor.

Os aparelhos de ar-condicionada trabalhavam a todo vapor enquanto seus donos davam graças. Nas escolas, com exceção de diretores e coornadores, todos queriam que o sinal tocasse, para que assim pudessem ir para casa onde tomariam uma duxa de água fria.

Um homenzinho de óculos redondos e aparência culta era um dos que estavam a encarar aquelas altas temperaturas. Estava com seu carro pelo centro de sua cidade, atrás de alguma conveniência que lhe pudesse vender alguma refrigerante realmente gelado - e não congelado - quando, ao parar em um semáforo, um outro homem - este alto, magro, moreno e cabelos curtos vestindo calça e camisa social - chama sua atenção pelo estardalhaço que estava a fazer:

- Que todos escutem! O fim está próximo! Não enganem-se ao pensarem que sou eu quem diz isto, mas tenho a palavra que comprova isto!

O homenzinho começara a se coçar. Sempre gostava de encarar fanáticos religiosos e colocar toda sua ciência contra ele. Ele, não se contendo, estaciona seu carro e vai em direção ao homem.

- Estás a falar de 2012? - Questina o homenzinho, passando pelo conglomerado de curiosos que assistiam a situação.

- Não! 2012 não está na palavra!

- Ah! Então alguam extraterrestre virá te buscar.

- Oras! Meu senhor, tenha consciência! O fim está próximo!

Ao ouvir aquilo, o homenzinho encheu-se de arrogância e continuou a provocar.

- Ah! Então um certo alguém retornará de algum lugar para que todos sejamos julgados.

- Meu senhor. Em primeiro lugar, respeito é bom e todos nós gostamos. Segundo: não... Não... O fim está próximo!

- Ah! Então diga log! Prove-me. Sou um homem da ciência! Se apontares algum livro que não tenha sido escrito com fundamentos científicos farei de tudo para que te prendam por charlatanismo.

Escutando o homenzinho, o homem estava a todo momento exclamando a proximidade do fim, aproxima-se de seu interrogador, retira do bolso um papel e o entrega a ele. Lendo-o, o homenzinho tem por terra toda sua arrogância, porém, torna a questionar.

- O que você, um doutor das áreas biológicas está a gritar ai feito um fanático religioso?!

- Senhor! Já disse que respeitar as crenças alheias é bom e todo mundo gosta. Agora... Já não guento mais ver tantos avisos nas mídias e ninguém fizer nada. Não guento mais... O FIM ESTÁ PRÓXIMO!

O homenzinho, então, pôe-se a pensar e vai embora. A plateia fica sem entender nada.

O homem continuava a gritar, mas ninguém continuava a entender.

Passam-se algumas centenas de anos e alguns seres de olhos grandes, investigando as origens do universo, param em um planeta semelhante a Marte, porém, de cor acizentada. Comaçam a andar sobre ele e notam inúemeros objetos de plástico, metal e alguns outros metais pesados e cancerìgenos no solo.

Com o andar da investigação encontram a foto do mesmo homem que muito antes estava gritanto que "o fim estava próximo".

- Este é um dos seres que encontramos naquela nave que caiu em nosso planeta, lembra-se? - Questiona um deles ao colega , referindo-se a sonda lançada pela humanidade contendo um cedê de ouro e um aparelho para rodá-lo contendo informações da Terra.

- Sim... Nossas pesquisas indicavam que ele era um dos que mais lutaram pela preservação das espécies deste planeta até o dia em que surtou e sai gritando que o fim estava próximo. Irônicamente estava certo, já que, não dando ouvidos a ele, o planeta acabará não resistindo e acabou morrendo.

- Lembro-me quando passamos por isto. Nossa sorte é que a Grande Imperatriz entendeu o recado e fez com que nós nos habituássemos ao planeta e não o contrário. Que pena que esta raça não compreendera a tempo.

- Sim...

Os dois então retornam a seu transporte de pesquisa espacial e vão embora, levando a foto do homem como recordação da visita.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeDom Out 31, 2010 11:57 pm

A criança de olhos esbugalhados e nariz pontudo


A noite estava tênue. Um friozinho pairava e a lua dava sua graça através de alguns raios por entre uma janela.

Em um quarto fechado, através de um monitor, uma criança de olhos esbugalhados e nariz pontudo vivia uma emoção que não viveria no mundo real.

- O que você gosta de fazer? - Pergunta alguém do outro lado do mundo, que aprenderá português e mais outras línguas apenas por um motivo.

- Gosto de brincar, de conversar com os meus amigos na escola.

- E o que você gostaria de fazer que os adultos não deixam?

- Gostaria de... - Nessa hora, um pouco antes de poder apertar "enviar", uma mulher magra, de pele branca e bem mais velha que a criança grita para que ela vá dormir, ameaçando-a deixar de castigo caso não o fizesse. - ...Depois conversamos mais.

A pessoa do outro lado fica tensa. Já faziam alguns meses que estavam a conversar mais ainda não tinha abertura para pedir o que desde a principio queria pedir.

Para chegar aonde chegou, plenejara cada coisa que iria dizer, cada passo que iria dar. Horas de literatura infanto-juvenil somados à línguística para poder fingir ser alguém que não era.

Finalmente em uma outra noite - mais quente e de lua cheia - houve uma abertura.

- Viu? Não disse que podia confiar em mim?

A criança de olhos esbugalhados e nariz pontudo estava em frente a uma "web cam", sem ter a imagem de seu interlocutor, que dissera estar com a sua quebrada. Por ela era possível ver o curto pijama que ela vestia, expondo ombros, braços e coxas.

- Nossa! Você é bonita! - Diz o texto no "chat".

- Obrigada! - Responde outro texto, denunciando apenas pela imagem da "web cam" o constragimento de quem o mandara.

Os textos seguintes começam a ficar estranhos. A criança de nariz pontudo começa a lembrar de cenas com seus pais durante o jantar ou mesmo na saída da escola a respeito de pessoas e suas más intenções. Foi então que uma vontade de desligar e ir dormir passa por sua cabeça.

- Tenho que ir...

- Não... Fique mais um pouco...

- Desculpe...

No dia seguinte, a mesma mulher magra e bem mais velha do que a criança conversa com ela, em uma cozinha pequena, com um micro-ondas na parede, uma geladeira ao lado e um armário a circundando.

- Ontem a noite estava conversando com aquele meu amigo. Ele me elogiou e disse que a melhor forma de se dormir no calor é sem camisa. - Indaga a criança de olhos esbugalhados.

- E o que foi que você fez? - Pergunta a mulher magra, tensa pela resposta que seguiria.

- Disse que tinha que ir dormir. Lembrei do que você havia me dito: "nunca falar com estranhos" e dai fiquei com remorso. Agora estou com medo dele. Ele diz coisas que a prossera nos disse que não são corretas.

- E o que ele disse?

- Disse que algumas coisas que os adultos dizem que é errado é só porque são chatos e por isso eu poderia fazer, mesmo sem autorização.

- Então vamos fazer assim... Hoje a mamãe que vai falar com ele, fingindo ser você... Se ele for uma pessoa má, seu pai e eu chamaremos a polícia, se não, você poderá continuar a conversar com ela.

A noite seguinte à conversa estava calma, encalorada e de uma brilhante lua minguante no céu. A mulher magra era quem dessa vez estava em frente ao monitor.

- Então... Ainda muito calor? - Questiona o texto da pessoa do outro lado.

- Sim... Ainda está um pouco...

- Estás a usar aquele seu mesmo pijama?

A pergunta deixou a mulher magra inquieta. "Já estão tão intimos ao ponto dele ir tão dirto assim?"

- Sim... Ei, onde disse mesmo que você morava?

- Ah... Em um país igual ao da Cinderela e também da Branca de Neve.

- Não Europa?

- Como?!

- Hoje minha mãe e eu estávamos a falar sobre os países da Cinderela e da Branca de Neve.

Aquilo era uma isca para ver até onde a coragem de ambos iriam. A da outra pessoa começava a se abalar por demonstrava que sua vítima tinha conversas com os pais e da mulher magra até onde não chamaria a Polícia Federal.

- Então liga a "cam".

- Hoje não dá... Já tenho que ir... Minha mãe está a me chamar...

A pessoa do outro lado começara a sentir calafrios. Queria desligar e fugir. Sabia que poderia ser rastreado, porém, já tinha ido longe de mais para desistir...

Passam-se alguns dias e a criança de nariz pontudo ficara sem acessar a Internet. Seus pais fizeram com que ela brincasse sem o computador.

Enquanto isso, em algum país longíquo, a Interpol, em parceria com a Polícia Federal, adentra em um casebre de classe média, com sala, cozinha e banheiro acima de qualquer suspeita, a não ser por um quarto com paredes todo com papel de ursinho, em tom azum, pôsters de personagens de desenho animado e uma cama com lençol do Mickey Mouse. Nele também havia um computador "desktop" encostado adjascente a um armário.

- Polícia!

O homem, dono do casebre, ouriça-se. Sabia que era o fim da linha. Encontraram-no na sala, assistindo a um vídeo que quase fez com que os políciais atirassem sem pestanejar.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeTer Nov 16, 2010 4:29 am

desculpa CG andei um pouco parado por aqui xD

ai os erros de ortografia....*fecha os olhos*

de resto, está bem descritivo... "embora alguns promenores escapem, mas não és uma escritor profissional xD "

continua a "dar que pensar" xD

Keep going!
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeQua Jan 26, 2011 2:57 pm

Muito interessantes os teus textos Very Happy

tal como disse o Fred: continua Very Happy
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSex Fev 18, 2011 12:00 am

Spoiler:

Novela linguística



Era uma tarde de um dia qualquer e eu estava sentado, como sempre, em frente a tela da televisão. Queria começar a ler algum clássico, mas não tinha ânimo.

Na tela passava uma novela que já sabia o final, aliás, todas as novelas já sei o final, já que deve haver algum acordo internacional de autores de novelas de televisão: "sempre terminar da mesma forma ou então sempre ter um casal que se odeia no começo e terminar com eles juntos".

Era por esse motivo que queria ler algum clássico.

O que me desanimava, principalmente, era a preguiça, já que nunca gostei de livros conteporâneos por serem de leitura rápida, escritos somente para quando você está no ônibus ou então no metrô "sem nada mesmo para fazer" - sempre escuto pessoas dizerem que sempre possuem alguma coisa para fazer e nunca encontram tempo para ler, contudo, ao invés de substituir a "televisão" por um livro não o fazem por preguiça de pensar.

Ah! Devaneio... Esqueci-me da novela. Agora acontece o clímax deste capítulo: a mocinha finalmente deixa de ser "sonsa" e descobre que sua melhor amiga, mãe, irmã ou "sei-lá-quem-diabos-é-aquela-personagem" é amante de seu marido - o galã, que, enquanto vilão é também mocinho.

Um tapa bem dado na cara acontece. Imagino que aquela marca de dedos no rosto da atriz seja verdadeira - já li, em blogs, que algumas se deixam levar tapas verdadeiros. Aposto que algum "fã" deve estar a falar sobre o ocorrido agora em alguma rede de relacionamento virtual. Não vou conferir porque a preguiça não deixa.

Outro devaneio... Contudo, este me fez refletir o porquê de sempre eu procurar livros com a escrita em português luso africano: vocabulário - amo vocabulário.

Sabe, a língua portuguesa é rica nisto - uma das mais ricas, diga-se de passagem. Contudo, a maioria dos que eu conheço não o fazem, mesmo após cinco anos de "unificação" da língua - isto foi bom porque um amigo meu, dono de editora, passou da classe média para a classe rica em menos de dois anos pós-unificação, o que acabou me gerando o privilégio de poder usar sua piscina e ter boa comida de graça quase todos os finais de semana.

Ah! Agora fui reparar que isto não pode ser chamado de devaneio, afinal, eu não "viajei", só vi uma cena na televisão. O que se segue pode sim ser considerado um devaneio, apesar de ser mais uma explicação.

Outra coisa que nunca entendi em outras línguas, ou melhor, no inglês, foi essa tal de "terceira pessoa do verbo". Já fomos apresentados, mas a achei meio "sem-graça", sem conteúdo. A "portuguesa" mostrou-se "mais jeitosinha, simpática", apesar de sua "irmã gêmea brasileira" - que não existe - me agradar mais - afinal, convivo com ela a mais de vinte anos.

Então... Mais uma vez me remeto aos clássicos... Aos clássicos da Semana de 1922 e seus críticos. Sinceramente não estou nem de acordo e nem em desacordo, visto que o objetivo deles era mostrar realmente a "língua brasileira" e não modificar a língua portuguesa.

Impasse e eis o motivo: sou a favor da escrita conforme sua região, sua pátria, mas sou puritano de mais para admitir certas expressões que fariam um gramático ter um acidente vascular cerebral.

Devan... Não... Não cometerei o mesmo erro. Isto foi um pensamento e uma autocrítica, afinal, quero porque quero ler algum clássico, preferencialmente com mais de cem anos (porque posso baixá-los livremente em PDF) mas a preguiça não deixa.

A irônia nisto tudo é acabei pensando de mais e falando de mais. Não que alguém que tenha escutado tudo isto vá concordar ou discordar, mas acabei fazendo o que não queria fazer e, ao fim, desprendi-me do objetivo de assitir a novela...

Ah! A novela... Está no final. A mocinha fez as pases com sua antagonista, que, por sua vez, fez um sorriso maléfico ao abraçá-la.

É... Até o último capítulo acontecerão fortes emoções...


Última edição por anime_cg em Sáb Fev 19, 2011 5:15 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSex Fev 18, 2011 1:42 am

Um facto deveras interessante devo concordar.

Keep on going mate Very Happy

P.S. é interessante como a convivência com certas pessoas ajuda a ler mais rápido algo escrito em brasileiro LOL
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeQui Mar 03, 2011 3:21 pm

Spoiler:

Os Silvas eram uma típica família falantes do bom português. Tanto seu Silva como a senhora Silva presavam pelo bom ensino e aplicação da gramática correta.

Com Júnior e Julieta Silva tal fato não poderia ser diferente: ambos, gêmeos e com quatorze anos, apesar do florescer da adolescência, corrigiam-se sempre que percebiam que não cumpriram com tudo que seus pais lhe ensinavam.

O tempo foi passando e a família foi envelhecendo. Agora tanto o senhor, quanto a senhora Silva, estavam na casa do sessenta para os setenta anos, enquanto que seus dois únicos filhos se encontravam com trinta e cinco anos cada.

Júnior se formara em administração e acabara como executivo de uma grande indústria estado-unidense enquanto sua irmã virara professora de inglês - um golpe tremendo para seus pais.

- Minha filha! O português é uma língua tão bela, tão rica. Você domina tão bem a gramática, a respeita tanto, por que a trai desse jeito?

- Eu não trai ninguém, pai! Hoje o planeta se comunica com a língua inglesa. Eu tinha que me adaptar.

Com o Júnior não foi tão diferente, visto que, certa vez, conversando com seu chefe, por telefone, sua mãe também o questionara: "Ora essa! Eles te contratam e é você quem tem que aprender a língua deles! Estamos em um país de língua portuguesa, eles que a aprendam!" A respota do executivo lembrava sua irmã: "Mãe, justamente por causa que, além de ser formado, falo ingês fluentemente, que fui escolhido. Hoje ela é a língua que o mundo escolheu para se comunicar."

O tempo mais uma vez cismou em passar e, como não poderia deixar de ser, os Silvas mais uma vez envelheceram. Infelizmente o senhor e a senhora Silva não mais pertencem a este mundo. Júnior e Julieta demoraram um pouco para se conformar, contudo, a missão deixada por seus pais, na época em que agora estavam a viver, tornara-se quase impossível.

- Ah! Mãe! Pra que eu preciso saber que ideia não tem mais acento e tenho que escrever "você" e não "vc", igual faço no MSN?

- Em primeiro lugar, não é porque você não gosta de português que precisa assassiná-lo e, segundo, a frase teria que ser dita assim: "Por que preciso saber que ideia não possui mais acento e que o correto é 'você' e não 'vc'?". Depois o motivo de você ter que aprender a escrever e a falar corretamente se deve ao fato dela ser sua língua pátria.

- Mas... Mãe... Hoje em dia ninguém mais quase fala corretamente... Fora que todo mundo está aprendendo Mandarim e não aquele inglês que você me obriga a saber.

- Pois que seja muito agradecido por causa disso e não pense que vou te botar em outro curso porque todo mundo assim o faz.

- Mãe! Até o tio está aprendendo Mandarim!

- Mas não se esqueça que são quatro línguas, hoje em dia, as mais procuradas e uma delas é o português. Um dia você me agradecerá por causa disso.

E, pela terceira vez, o tempo passa. O rapazinho que antigamente não queria aprender português agora não só dominava a gramática como também gostava daquilo - tamanha a insistência materna. Contudo, o mundo mudara e muito. Agora, no lugar do antigo inglês predominava o Mandarim, não só ensinado nas escolas como utilizado na imprensa e também pelos governos.

Contudo, quase como um "foco rebelde", um grupo de pessoas, localizadas em alguns países, insistiam e não abandonar o agora conhecido "português clássico", sem as alterações calsadas pela adoção da nova língua mundial. Eram poucos, de fato, mas enquanto estivessem vivos, prometeram a si mesmos que continuariam a se comunicar da forma como aprenderam.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSex Mar 04, 2011 1:50 am

Bom, apanhei algumas letras comidas, mas isso não tem mal nenhum =)
Mas sim é um tema interessante esse que ce escolheu pra falar, mais sim é uma grande possibilidade essa das línguas se tornarem numa só, e também o facto de todas as gerações serem iguais tanto no inicio como no fim, com seus pensamentos de no inicio o que importa é o que o mundo faz, mas no meio do caminho já nos importamos em defender o que é nosso.

Continue assim, vlw
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeTer Mar 08, 2011 12:47 am

Spoiler:

O preço do primeiro amor

Uma garota de onze para doze anos, de média estatura, curtos cabelos negros e olhos castanhos, corria por uma rua deserta, iluminada pela lua cheia sob o céu estralado. Apesar de sua blusa e short estarem encharcados, escorria suor pelo seu rosto.

Após alguns minutos e ofegando, a pré-adolescente chega a seu destino: um condomínio fechado, de casas pequenas de apenas quatro cômodos.

A fachada era grande e extensa, composta pelo portão de entrada de veículos e pelo social. Mais ao lado ficava a guarita de vigilância - que como em quase todas as noites estava vasia.

Ela rodeia um pouco o enorme muro da propriedade até achar um buraco, quase invisível, por onde entra.

Dentro, a garota segue rapidamente até a casa de número 22 e começa a assobiar. Logo um menino quase da sua idade, de curtos cabelos castanhos arrepiados e olhos cor de jabuticaba abre a porta.

- Rápido, Elizete! Entre! - Indaga o menino. Ela obedece e ambos seguem para um dos quartos da residência, iluminado por uma forte luz florescente.

O quarto aparentava ser bem maior do que era de fato. Tinha uma escrivaninha com um desktop ao lado da porta, uma cama encostada na parede embaixo de uma janela e um guarda-roupa com espelho nas portas centrais.

- João, vamos nadar no lago. Todos estão lá!

- Elizete, não posso! Bem que eu queria...

- Mas hoje é especial... É meu aniversário!

O menino fica mudo olhando fundo os olhos da garota, sentada no chão.

- Mas...

- Talvez este presente te anime.

Elizete se levanta e vai ao encontro de João, sentado na cama. Retribui o olhar que ele ainda mantinha sobre ela e o beija.

- E agora?

- Elizete... O que foi isso?

- Um presente para você poder ir, já que quem deveria ter recebido um sou eu, apesar...

- Apesar do quê?

- Na verdade este presente eu roubei porque queria que você se tornasse inesquecível.

Um clima cai sobre o quarto. Era possível ouvir os batimentos dos dois pré-adolescentes - um nervosismo que ambos não conseguiam mais disfarçar.

- Infelizmente não posso. Lamento.

Uma lágrima se mistura ao suor do rosto de Elizete. Ela estava em pé, agora encarando João com olhos de desprezo.

- Chega uma hora na vida de todo mundo em que temos que tomar decisões que nos mudarão para sempre. A sua foi esta: desobedecer seus pais em troca do primeiro amor, contudo, você preferiu retardar seu amadurecimento por medo de errar, sem ter consciência que, na verdade, está com medo de crescer. Pois bem, você fez a sua escolha. Até mais.

Àquelas palavras sairam com o forte impulso de raiva que agora tomara conta de Elizete. Apesar de não parecerem algo de uma garota de onze para doze anos, elas foram uma rápida adaptação de um diálogo que ela vira, certa vez, em um romance. Mesmo assim ainda possuiam o mesmo peso.

Após isto a garota corre para fora, saindo pelo mesmo buraco que outrora lhe servira como entrada.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeTer Mar 08, 2011 5:24 am

Muito bom como sempre amigo, pode continuar.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSáb Mar 12, 2011 1:02 am

Spoiler:

Ensaio de uma boa oratória

Eu, humilde orador, invoco o espírito sublime de Camões e Assis para que me acompanhem nas ocasiões que logo mais ocorrerão. Feito isto. iniciemos.

Primeiramente digo que não falo difícil, rebuscado, como dizem os críticos, Sei dos meus próprios vícios e o solecismo não é um deles. Justifico meu falar com o argumento de que quero os fazer pensar, debater a respeito dos assuntos que coloco em questão, evitando o sedentarismo mental - praga pior que aquela que afeta ao corpo.

Justificado e também após ter feito todo o ritual de abertura, vamos ao que interessa.

Minhas belíssimas rosas, margaridas e angélicas, flores tênues, antigamente diziam que, tanto pela juventude quanto por serem femininas eram inferiores a nós, homens. O dia oito de março e as conquistas das últimas gerações demonstraram o quanto estávamos enganados.

Mas algo, nos últimos tempos, deixou muita gente preocupada: "Após provarem seus valores, por que se submetem a choros e soluços por tão pouco?" Coitado de Shakespeare ao se deparar com os atuais seres noturnos, que antes fugiam do sol devido aos seus raios maléficos e agora os evitam para não serem vistos refletindo sua luz. E os lobos? O que dizer? A busca por carne humana não é mais por alimentação e a lua cheia já não é mais tão charmosa.

Claro, nem tudo está perdido, pois ainda existe a magia, e as flores do jardim de Elizabeth provaram serem capazes de ainda utilizar o novo latim para propagá-la de forma motivadora e propagadora do verdadeiro Contemporâneo.

Para os homens que estiverem a prestar atenção nisto, digo que os figos, ainda neste mesmo jardim, também fizeram sua parte, fazendo com que o lorde do anel viajasse pelos sete mares.

Antes de me despedir dos dois espirítos que me acompanharam até aqui, digo esperar que tenham entendido a sutileza das minhas palavras, não querendo fazer ofensas a quem ainda tem seus pelos arrepiados por obras que são escritas somente visando o lucro e não o desenvolvimento intelectual do leitor - se bem que, permitindo-me tal observação, esse mesmo leitor também busca não ser enriquecido.

Aos que replicam a dizer que essa magia, citada algumas linhas acima, também possuí o intuito não de causar intectualidade e sim de fazer brotar dinheiro de pinheiro, faço minha tréplica baseado no argumento que, ao menos este dinheiro faz com quem o gasta adquira, além de papel, conteúdo.

Por fim, agradeço ao Assis e a Camões por terem me acompanhado assim como a todos, lembrando que isto é apenas um "ensaio de uma boa oratória".
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeTer Mar 29, 2011 2:08 am

Muito bom como sempre amigo anime_cg
Lamento a demora, mas das diversas vezes que li para comentar fui interrompido.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSex Jun 03, 2011 10:34 pm

Spoiler:

Contraste

São onze horas e o sol, que começava a ficar cada vez mais quente, estava sob a cabeça de uma menina de doze anos, negra, longos cabelos trançados e olhos cor-de-jabuticaba. Em suas costas ela tinha uma mochila, surrada, cor-de-rosa.

Caminhava por uma rua de terra, olhando os diversos matagais invadirem as casas, rumo a ponto de ônibus - identificado somente por mastro, ficando no chão.

Muito distante dali, em um enorme prédio, no centro de uma das maiores cidades do país mais poderoso do mundo, um homem, já de idade, branco, de cabelos grisalhos e vestindo um suéter, estava sentado em um banco de réu, aguardando seu destino.

Quase duas horas de espera, o ônibus finalmente chega ao ponto onde a menina de doze anos estava. Lotado, a garota mal consegue se movimentar dentro dele.

Muito distante dali, o senhor de cabeça grisalha argumentava, por meio de seus advogados, os motivos de sua inocência; dizia que as acusações não procediam... Em fim, dizia que não era progenitor daquele crime.

Mais uma hora de viagem depois, a garota finalmente chega ao seu destino: uma escola de ensino regular. Próximo dali, um homem, que a tempos observava a movimentação dos alunos, se entusiasmas ao ver "sua presa".

Quatro horas incessantes de argumentações depois, e a exaustão era visível em todos que estavam no tribunal. O senhor de cabeça grisalha quase perdia as esperanças quando, finalmente, o juiz se pronúncia, dando-lhe a liberdade tão buscada.

Distante dali, a menina de doze anos rezava para alguém lhe encontrar. Mal chegou próximo ao portão da escola quando fora abordada por um homem que tampou sua boca e a levou para um matagal perto dali, fazendo-a de seu brinquedo.

O homem de idade e de cabeça grisalha, atualmente, descansa em seu país natal, no velho mundo, enquanto que a família da menina de doze anos chora sua perda.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSeg Ago 01, 2011 11:36 am

Eu perco o registo de novidades de vez em quando :X

Tocas em temas muito interessantes, o facto de uns conseguirem tudo e outros nada, a facilidade/dificuldade de se fazer algo e também o quão cegos podemos ser para facilitar que os crimes aconteçam.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSeg Ago 08, 2011 1:03 am

Spoiler:

Aconteceu em uma madrugada qualquer

Já se passavam das duas horas da manhã. Um rapaz, em algum lugar da América, viajava mundo a fora por meio do seu um mega de conexão ADSL bem aproveitado por seu notebook de fabricação nacional e que tinha a bateria alimentada por um carregador importado da Ásia.

À sua frente uma página criada em algum lugar do velho mundo por alguém que a 208 anos atrás poderia ter a mesma nacionalidade que ele se alguns detalhes históricos não tivessem alterado a vida de mais de um milhão de pessoas.

Entre seus dedos um teclado em língua portuguesa - mas que também poderia ser utilizado para digitar em nihongo. Em sua mente uma história que, pelo horário, não poderia terminar.

O rapaz tinha acabado de ler alguns comentários naquela página e seu ego o obrigava a escrever - uma compensação por tanto tempo afastado de um local que ele se honrava em fazer parte e que nunca tinha se envolvido em confusão. Mas o relógio continuava a correr e a obrigação de acordar junto ao cantar do galo fazia sua consciência pesar. Outra coisa que também pesava em sua mente era o fato de que quase nunca lia as histórias dos outros, porém, sempre tinha alguém para ler o que "ele" escrevia.

Continuava a escrever e a olhar para o relógio. Já eram duas e cinquenta e dois da manhã. Àquela história que o rapaz estava a escrever já não tinha mais sentido simplesmente porque se esqueceu do final e, quanto mais ele digitava, menos ainda se lembrava do resto.

Resolveu então corrigi-lá, postá-la e esperar para ler os comentários, contudo, ao reler o que havia escrito seu ego começa a gritar: "MAS QUE PORCARIA É ESSA?! E VOCÊ AINDA DIZ QUE ESTÁ APRENDO O PORTUGUÊS SUL-AMERICANO!" Reescreveu tudo e, ao reler novamente para fazer a correção, seu ego tornou a gritar: "ABANDONA ESSA VIDA DE ESCRITOR PORQUE SE NÃO É BEM CAPAZ DE VOCÊ MORRER DE FOME!"

Aquela situação o deixou magoado. Duas almas brigavam em seu interior: uma avisando-o de seu destino de miséria pela péssima escrita e outra argumentando que aquilo era baixa autoestima e que sim! Valia a pena correr atrás daquele sonho.

Três horas da manhã! O tempo havia, de fato, de esgotado e, ou ele publicava o que tinha escrito ou apagava tudo e ia embora, ampliando mais ainda sua ausência. Decidiu então não reler e clicar em "Enviar".

Pronto! Agora a sorte estava lançada.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeQui Ago 11, 2011 3:24 pm

Penso que todos nós em certas alturas da escrita sofremos o mesmo o duelo interior de opiniões tão contrarias uma da outra sem saber bem qual delas ouvir no momento.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSeg Set 05, 2011 12:28 am

Baseado em uma crônica fictícia

Certa vez, em sala de aula, li uma crônica a respeito de um rapaz que chamou muita atenção no "metrô" em pleno o caos que é São Paulo. Nunca pensei que poderia viver aquilo, mas aconteceu.

A cena ocorreu em um ônibus na pacata capital de Mato Grosso do Sul, Brasil, às 06h35min. A linha era a 080 e interligava os terminais de ônibus General Osório e Bandeirantes. Como sempre estava lotado e levava estudantes, trabalhadores e idosos.

Embarco nele, dou um "bom dia" ao motorista e ao cobrador, pago a passagem e me lanço ao conglomerado de pessoas, se empurando em meio aos meus "com licença", tentando ficar o mais próximo possível de uma das duas saídas.

Apesar do pouco espaço, consigo pegar meu celular, depois procuro, sem sucesso, pelos meus fones de ouvido e, então, decido ouvir música assim mesmo.

Na realidade nunca gostei dessa atitude. Sou completamente a favor de qualquer tipo de expressão, mesmo não gostando - afinal, o meu direito termina onde o seu começa. A crônica que citei no início falava justamente disto: um rapaz que decidiu ouvir música no metrô em plena época que os tupiniquins conheciam o toca fitas.

Na lista das minhas músicas é possível encontrar os mais longínquos idiomas até os mais "estranhos" sotaques, como o português de Portugal, os "erres" cariocas e também a língua dos ninjas e samurais.

Elas começam a tocar e as pessoas começam a me olhar. Só reparo quando um senhor estaciona ao meu lado, empurrando um rapaz logo atrás de mim para poder passar. O olhar dele era do tipo: "lá vem mais um adolescente com músicas estranhas". Ele desce. Olho ao meu redor e os olhares eram os mesmos - incluindo no restante dos estudantes com seus uniformes azul escuro. Acamba-se as canções em japonês e tem início as que estavam em português luso. Alguns olhares se modificam - como se estivessem tentando reconhecer aquele sotaque. Outros aliviam a tenção e uns poucos tornavam a observar o nada.

Após algumas curvas e duas paradas depois, desço e vou para meu trabalho com a crônica em minha cabeça - pensando se aquele rapaz teria sentido a mesma coisa que eu tinha sentido naquele momento: "um alguém (ninguém) de outro mundo".
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeSeg Set 05, 2011 3:52 am

Muito bom!
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeDom Set 18, 2011 3:36 pm

Spoiler:

Cena no ônibus

São oito e meia da manhã de um sábado e o ônibus que faz a linha 080 - que vai do Terminal Aero Rancho para o Terminal General Osório, passando pelo Terminal Bandeirantes - está razoavelmente cheio.

Para cumprir com seu destino, sentido Terminal General Osório, ele passa pela rua Bandeirantes, onde há três paradas: uma antes de um grande supermercado, outra ao lado de uma escola particular e, por fim, outra em frente a uma escola de idiomas.

Na parada de ônibus em frente à escola de idiomas há uma menina que estava no auge de sua adolescência. Tinha longos cabelos loiros, olhos negros, nariz fino, boca rosada e orelhas pontudas. Seu corpo já dava sinais da belíssima mulher que ela seria quando chegasse finalmente à idade adulta. Vestia um longo vestido branco com um colete roxo. Braçadeiras cor de ouro e longas luvas brancas que cobriam todo o seu braço. Por cima do vestido havia uma flâmula com um desenho de um triângulo formado por três outros menores.

Ao avistar o 080, estende o braço movimentando o indicador para baixo e para cima, em sinal para que ele parece. Ela embarca e cumprimenta o motorista, paga a passagem e passa a catraca. Todos os outros passageiros, tanto os que estavam sentados quanto os que estavam em pé, viram-se para olhar a estranha figura que agora se segurava nos canos para não cair. Ela segue até a porta do fundo.

Ao entrar na rua 26 de agosto, todos já estavam cansados de olhar para ela. Um dos passageiros se aguentava em sua cadeira para ir falar com aquela estranha garota, enquanto outro a julgava mentalmente, classificando-a como mais uma "criatura estranha e demôniaca" que anda pela terra. Duas paradas depois ela desce com a estranha impressão de que seu cosplay não tinha sido nada bem-vindo naquele ônibus.
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitimeDom Set 18, 2011 3:59 pm

Por acaso é interessante mesmo, um cosplay completo é sempre motivo de olhares estranhos. Eu tenho saido com algum pessoal que faz cosplay e vejo isso
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MensagemAssunto: Re: Crônicas "de pensar"   Crônicas "de pensar" Icon_minitime

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