Capitulo 4
Encarcerado
-Com que então um rebelde, bem deixaste ali o meu amigo com uma grande dor de cabeça mas isso não é nada comparado ao que te vai acontecer.
-Chiça amanhã vou acordar com uma grande dor de cabeça graças aí ao miúdo. Retorquiu o guarda que tinha levado com a garrafa na cabeça. Por incrível que pareça depois desta cena nenhum dos presentes no bar mexeu um dedo para ajudar, bem já esperava por esta reacção já que toda a gente tem medo do império.
-Vamos mas é levar este rapaz ate aos seus novos aposentos na prisão de Stone Block, já que tem energia para bater com garrafas na cabeça das pessoas deve ter força para partir rocha na mina da prisão.
O guarda que não tinha levado com a garrafa precipitou-se para mim e prendeu-me as mãos atrás das costas com umas grilhetas com um cadeado mecanizado.
-Bem vamos embora a prisão espera-te rebelde.
Na rua a chuva continuava a cair torrencialmente, eu não fazia a mínima ideia onde era a prisão pois nunca tinha saído do distrito de Steamworks nunca tinha ido a parte alta da cidade onde vive toda a gente rica ou pelo menos era o que se pensava. Depois de uma subida quase interminável os meus pés já estavam de rastos e as solas dos meus sapatos praticamente gastas a chuva tinha parado e nos também os guardas decidiram parar uns minutos para descansar. Do ponto onde estávamos era possível ver quase todo o distrito de Steamworks e conseguia distinguir todas as fabricas que compunham o distrito.
-Ei é melhor nos apressaremos senão o general Roderick ainda nos põe a fazer a ronda da noite outra vez.
-Tens razão. Anda dai rapazinho e se bem-vindo ao distrito médio da cidade apresento-te o distrito de Marketplace.
As coisas eram diferentes aqui em cima não havia fumo e conseguia ver todas a estrelas no céu parecia o paraíso. Já tinha passado da hora do recolher obrigatório e as pessoas continuavam na rua a conversar e montes de barracas com o mais variado tipo de alimentos. A minha boca começou logo a salivar. Depois de uma hora sempre a andar chegamos a um grande portão de ferro ferrugento que se abriram com um chiar arrepiante na entrada podiam-se ver uma data de tendas brancas com uma cruz negra bordada assim como nos uniformes dos militares que por ali circulavam. Foi nesta altura que cai em mim e pensei se esta decisão foi a mais acertada mas foi naquele instante que a vi acorrentada a mais outras duas raparigas carregavam ambas uma bandeja de latão e preparavam-se para entrar para uma tenda quando a Nicki focou o seu olhar no meu, uma questão de segundos que pareceu interminável.
-Bem rapaz chegamos a tua nova casa apresento-te a prisão de Stone Block.
-Mas onde estão as celas e os prisioneiros? Perguntei eu ao guarda.
-Estão dentro da mina a trabalhar assim como tu vais estar daqui a alguns minutos, vá chega de conversa vamos embora.
Foi então que nos dirigimos para uma construção feita de betão cru com umas janelas minúsculas e uma grande porta de aço, a porta abriu-se e mesmo a entrada conseguia-se ouvir o som abafado das picaretas a baterem na rocha.
-Vamos levar-te para o recenseamento.
Dentro da divisão estava uma pequena lareira com uma espécie de ferros nos chão, na parede esquerda estava uma secretaria cheia de papéis, cadernos e notas soltas assim como um homenzinho de estatura pequena. Virando-se para nos disse.
-Trazes aí mais um trabalhador?
-Este aqui? Quase que ia matando o meu colega com uma garrafa de cerveja.
-Mmmm, vejo que esse ai tem genica então, leva-o até a fogueira.
O homenzinho aproximou-se da fogueira e consegui ver claramente o seu rosto, usava uma espécie de óculos com varias lentes amovíveis, mas não eram lentes normais tinham uma grande graduação como se tratasse de uma lupa. Trazia com ele um caderno encarnado como o sangue. E pediu para eu arregaçar a manga esquerda.
-Deixa cá ver vamos-te inserir no projecto.
Da sua mão direita robótica saiu uma serie de números que mandou colocar no ferro que estava caído ao lado da fogueira. E do seu dedo indicador robótico saiu um lápis.
-Guarda podes por o ferro a aquecer na fogueira enquanto anoto os dados do nosso novo inquilino.
Naquele instante entrei em pânico será que me vão marcar com o ferro!
-Bem rapaz diz-me o teu nome.
-James Chesterfield.
-Muito bem, idade.
-16 anos.
-Eras operário certo?
-Sim.
-Ok por este instante serás marcado como recluso James Nº2122.
-Guarda podes marca-lo.
O guarda pegou no ferro em brasa que trazia na ponta o numero 2122 e que tocando na minha pele me fez gritar como nunca antes. Acabando por desmaiar com a dor e a agonia.
-Podes leva-lo para a cela 10 no bloco C13/5 onde estão colocados os outros do projecto.