[Stormy Rose]

Escrevi uma short story, mais um conto um tanto gótico, espero q gostem =P


[Stormy Rose]
Chovia, o som de gotas que batiam pesadamente, ribombando nos vidros desconcentravam a minha leitura. Poisei o livro na mesa de mogno que se encontrava á minha frente. Acerquei-me da janela e toquei com a palma da minha mão direita no vidro. Estava frio e húmido, a chuva depressa aumentou, caia abundantemente, era praticamente impossível ver muito longe, um nevoeiro imenso inundava as ruas com tanta intensidade como a própria precipitação. Deixei-me ficar olhando através dos baços vidros. A casa vazia, assim como o meu coração e a minha mente. Afastei-me um pouco da janela pensando que iria buscar algo para beber.
Os meus pensamentos divagavam dentro da minha cabeça, passando por todo o tipo de tópicos. Um grito interrompeu o silêncio profundo do meu lar. Por um lado senti-me aliviado, por outro perturbado. Foi um grito fino, longo. A voz de uma mulher e vinha lá de fora. Aproximei-me de novo da janela do meu apartamento, não conseguia avistar nada. Decidi descer, ver o que se passava. Vesti apressadamente um blusão pesado e longo de cabedal.
A corrente que usava pendurada nas minhas escuras calças de ganga tilintava á medida que descia rapidamente as escadas. Abri a porta do prédio e espantado reparei que a chuva tinha abrandado e não havia vida no ar, nem uma brisa corria. Estranho, pensei, mas continuei. O nevoeiro estava denso então gritei para a rua que aparentava estar deserta. Recebi uma resposta, outro grito, desta vez mais curto. Tentei seguir a direcção do som e vi uma figura perfeita emergir de entre um nevoeiro. O meu coração acelerou, o seu ritmo irregular e pesado tornou-se rápido, como o de um guerreiro moribundo que avista um anjo num campo de batalha.
Avancei para ela e ela para mim. Ficámos cara a cara. Os seus olhos, um tom que nunca havia visto antes, uma cor sem nome, perfeita. A sua pele pálida, lisa, tocou-me no rosto, a sua mão era suave como veludo. Á volta dos seus olhos tinha um fino traço vermelho e outro negro. Era um pouco mais baixa do que eu mas não demasiado, tinha a altura perfeita. Aproximou-se cada vez mais, os seus olhos cada vez mais próximos dos meus, a sua face pálida acercou-se da minha e os seus lábios cor de sangue tocaram suavemente os meus, num movimento sôfrego beijamo-nos. Foi um beijo longo, quente e intenso. Os seus cabelos lisos, da mesma cor bela que os olhos, caiam-lhe nos ombros.
O beijo terminou. Ela murmurou no meu ouvido “Nada temas, eu estou aqui e espero-te lá... eu acredito no paraiso... e tu?”
Achei estranho o que ela havia dito, assim como achava estranha toda aquela situação, estranha como toda a minha vida. E não temer... mas temer o que... a minha resposta aproximava-se. Um gentil bater de asas interrompeu o silêncio. Uma ave negra, um corvo, poisou suavemente no meu ombro.
“Estás entregue, boa sorte meu anjo, amo-te” disse a rapariga beijando-me de novo.
Recuou e desapareceu por entre o nevoeiro.
“Não! Não vás! Ao menos diz-me o teu nome... Como te posso voltar a encontrar?” Perguntei sem resposta. O que interessa um nome, é apenas uma palavra humana pronunciada para fazer um chamamento. Um nome não é uma identidade. O corvo continuava no meu ombro.
Um ribombar súbito, como tambores vindos duma legião, mas era regular. Era trovoada, mas parecia uma orquestra natural. O nevoeiro voltou a ficar mais forte. A trovoada mais violenta. Uma explosão de luzes e o ribombar dos tambores dos céus. O corvo bateu asas e poisou numa árvore. Uma série de homens com máscaras brancas, com tatuagens tribais aproximaram-se e cercaram-me.
“Está na altura, vamos-te levar para onde pertences” disseram em coro.
Correram, investindo na minha direcção. Rapidamente me desviei do primeiro ataque partindo o pulso do atacante num movimento seco com o meu braço direito. O segundo homem levanta a perna, tentando dar um pontapé no meu pescoço, não sei como, mas consegui agarrar-lhe na perna e fi-lo cair. O terceiro atacante consegue desferir um murro no meu rosto que me faz vacilar, viro-me velozmente e dou-lhe um pontapé no estômago. Ele cai para cima do segundo e não se levantam. O quarto atacante, mais robusto e estranhamente mais ágil que os anteriores entra em combate comigo. Olho para o corvo, os seus olhos brilham. Sinto-me invadido de força e confiança. Troco golpes velozes com o homem e bloqueio todos os dele. Passo-lhe rapidamente ao lado e agarro-me ao seu pescoço, partindo-o. Ele cai como todos os outros e não se levanta mais.
Respiro fundo e grito por ela. “Vem, caminha para os meus braços, está tudo bem, eles não voltarão”.
A trovoada parou, o nevoeiro não desaparece. Ela vem, lentamente com um sorriso lindo na face, aproxima-se de mim e abre os braços, chamando-me para um abraço. O corvo desaparece. Ansioso pelo seu calor, aproximo-me para descansar nos seus braços.
Ela envolve-me nos seus braços. Um sentimento de paz mas rapidamente... uma dor aguda. Um punhal dourado cravado nas minhas costas. Sangue a escorrer. O mundo a rodar, e o seu odor doce, como uma rosa... Uma rosa com grandes espinhos. Foi um dia estranho sem dúvida. Foi um dia em que vivi verdadeiramente, em que senti todas as emoções possíveis ao ser humano. Foi também o meu ultimo dia... Adeus... Ad...
Oiço um trovão, acordo rapidamente e um livro cai-me do colo “O Corvo” de Edgar Allen Poe. Um sonho? Uau... incrível... Sorri... Foi tudo um sonho. Subitamente começa a chover, olho la para fora e oiço um grito... Um grito de mulher...




Fim?

loool

um ambiente de Devil May Cry, um beijo algo invulgar isso é k amor xD

um sonho ou uma previsão...

continua ^^

"uau" mesmo.
gostei muito da frase:

Spoiler:

A historia não pode acabar assim...continua